sábado, 15 de janeiro de 2011

Afinal, o meu signo mudou?

Afinal, o meu signo mudou?

Afinal, o meu signo mudou?

Recentemente astrônomos de Minnesota, nos EUA, afirmaram que a precessão dos equinócios teria mudado o alinhamento das estrelas e, consequentemente, os signos do zodíaco. No entanto, é importante esclarecer que existe uma diferença entre constelações e signos. As primeiras se movem na esfera celeste e podem mudar de lugar, mas os signos são fixos.

Para você entender melhor, imagine que uma faixa circular é projetada a partir da Terra e dividida em doze setores iguais. Isso é o que astrologicamente chamamos de "signos zodiacais". Os signos, para a Astrologia, são geométricos. Mas como algumas constelações celestes levam o mesmo nome dos signos astrológicos, muita gente confunde e acha que signos e constelações são a mesma coisa.

Por esse motivo, seu signo não mudou, justamente porque nunca foi uma constelação. Os signos da Astrologia são trópicos e não constelacionais. Dizer que alguém é Ariano, por exemplo, não tem a ver com o fato dessa pessoa ter nascido enquanto o Sol passava pela constelação de Áries. O que acontece é que, neste nascimento, o Sol transitava pela zona geométrica que, para a Astrologia, corresponde ao signo de Áries.

Mesmo que tal informação quebre o romantismo de uma noite estrelada, é preciso entender que a constelação e o signo astrológico de Áries são dois assuntos completamente diferentes. Deste modo, você já sabe a resposta quando ler por aí que o seu signo mudou ou quando se deparar com pessoas que acreditam que a Astrologia usa os signos errados.

http://entretenimento.br.msn.com/astrologia/artigo.aspx?cp-documentid=27248027

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Mudanças na rotação da Terra afeta signos do horóscopo.

Escrito por -tidus- em 14/01/2011 05:37 na categoria Notícias Externas

Se você é o tipo de pessoa que costuma acreditar em horóscopo e todas essas coisas de posições das estrelas na determinação da personalidade, prepare-se para entrar em choque. Um grupo de astrônomos afirmam que o campo da astrologia sofreu uma grande alteração devida a força gravitacional que a Lua exerce sobre a Terra, que "afastou" o alinhamento das estrelas por um mês.

"Quando [os astrólogos] dizem que o Sol está em Peixes, não é realmente em Peixes", observou Parke Kunkle, um membro do conselho do grupo. Seu signo é determinado pela posição do sol no dia em que nasceram, o que significa que tudo o que você achava que sabia sobre o seu horóscopo está errado.

É importante notar que a astrologia já teve esses problemas "de vida ou morte". A Antiga Babilônia tinha 13 constelações, mas queria apenas 12, então joguei fora Ophiuchus, o serpentário (que agora é o novo signo). Libra nem sequer entrou em cena, até a época de Júlio César.

Confira abaixo as datas após essa alteração:


Capricórnio
20/01 -16/02


Aquário
16/02 - 16/03

Peixes
16/03 - 18/04

Áries
18/04 - 13/05

Touro
13/05 - 21/06

Gêmeos
21/06 - 20/07

Câncer
20/07 - 10/08

Leão
10/08 - 16/09

Virgem
16/09 - 30/10

Libra
30/10 - 23/11

Escorpião
23/11 - 29/11

Sagitário
17/12 - 20/1


E Ophiuchus (Serpentário), o novo signo, será entre Escorpião e Sagitário, de 23 de novembro a 17 de dezembro. Agora eu posso apostar que a sua vida mudou completamente.

Astrônomos dizem que signos do zodíaco estão errados.

Astrônomos dizem que signos do zodíaco estão errados

Astrônomos dizem que signos do zodíaco estão errados Você passou a vida toda achando que era do signo de Capricórnio, mas na verdade pode ser de Sagitário. Astrônomos da Sociedade Planetária de Minnesota, nos Estados Unidos, "jogaram uma bomba" sobre o zodíaco e dizem que os astrólogos esquecem de um aspecto importante: a variação no eixo de rotação da Terra, causada pela atração gravitacional da Lua, que também muda a perspectiva de como nós vemos o céu.

Os signos astrológicos são determinados pela posição do Sol em relação a uma determinada constelação no dia do nascimento do indivíduo. Entretanto, segundo os pesquisadores, essas posições foram determinadas há mais de 2.000 anos. Como a posição da Terra mudou nesse período, haveria uma diferença de quase um mês no alinhamento das estrelas em relação a como elas são medidas pelos astrônomos e pelos astrólogos.

Parke Kunkle, astrônomo da Sociedade Planetária de Minnesota, diz que, "quando os astrólogos dizem que o Sol está em Peixes, ele não está realmente em Peixes". Joe Rao, colunista do site Space.com, diz que tudo no céu "está em constante fluxo".

– A astrologia diz que o Sol está em uma posição, mas a astronomia diz que ele está em outra.

Apesar de não haver evidências científicas de que a posição dos astros durante o nascimento de uma pessoa influencie seu comportamento, os astrônomos fizeram uma adaptação dos signos, segundo a posição correta da Terra. A lista inclui um 13º signo, Serpentário, que não é considerado pelos astrólogos, mas essa constelação também deveria ser levada em conta, segundo os astrônomos. Veja abaixo:

Capricórnio: 20 de janeiro a 16 de fevereiro

Aquário: 16 de fevereiro a 11 de março

Peixes: 11 de março a 18 de abril

Áries: 18 de abril a 13 de maio

Touro: 13 de maio a 21 de junho

Gêmeos: 21 de junho a 20 de julho

Câncer: 20 de julho a 10 de agosto

Leão: 10 de agosto a 16 de setembro

Virgem: 16 de setembro a 30 de outubro

Libra: 30 de outubro a 23 de novembro

Escorpião: de 23 a 29 de novembro

Serpentário: 29 de novembro a 17 de dezembro

Sagitário: 17 de dezembro a 20 de janeiro

R7
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20110114075010&cat=mundo&keys=astronomos-signos-zodiaco-estao-errados

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Os Quatro Elementos

Os Quatro Elementos

Quarteto fantástico da natureza devolve a sua energia

Para o Feng Shui, qualquer forma de energizar é auspiciosa. Os quatro elementos da natureza - terra, água, ar e fogo -, que trazem vida a Terra, por exemplo, também podem canalizar energia para você, a sua casa e o seu ambiente de trabalho. Por isso, é sempre bom manter um representante desse Quarteto Fantástico sempre por perto, especialmente quem mora nas grandes cidades, afastado desses poderes naturais. Saiba o significado de cada elemento e qual a melhor forma de colocá-lo ao seu redor:

Fogo: Desde a antiguidade o fogo tem sido considerado sagrado, participando de inúmeras cerimônias religiosas e místicas. Ele pode tanto manter, quanto destruir a vida. É pura energia, associada ao espírito. Era um presente dos deuses. Uma forma de se comunicar com o céu. Pode ser usado para limpeza espiritual e consagração de ambientes, uma vez que tem um grande poder purificador e transformador absoluto. Na antiga China, era considerado também um catalisador das mudanças. A maneira mais eficiente e moderna de trazer o fogo para sua casa, altar ou local de trabalho é por meio das velas decorativas, tão em moda hoje em dia, ou de objetos decorativos com a figura do sol ou peças e objetos triangulares, posicionados para cima.

Água: Com propriedades purificadoras, tem a capacidade de absorver energias estagnadas e negativas de um ambiente. E, em contrapartida, oferece vida, juventude, sabedoria e imortalidade. No Feng Shui é o símbolo da prosperidade. No cristianismo, através do batismo, ela significa renascimento. Já nas culturas indígenas, era freqüentemente usada nas cerimônias de cura. Manter uma jarra ou copo com água é a forma mais simples de trazer o poder e energia desse elemento para sua casa. Já uma fonte de água traz também a energia do movimento e vida para o ambiente. Outra forma eficiente e também muito decorativa de trabalhar com o elemento água é ter no ambiente aquários ou fontes d'água.

Terra: Nas antigas culturas, quando o homem vivia em total harmonia e intimidade com os elementos da natureza, sempre foi reverenciada como a Grande Mãe-Terra, ser vivo e consciente, provedor de todos os seres vivos. Todos nós viemos de seu ventre e para ele retornaremos e, assim como os seres humanos, a terra também é habitada por um espírito. Terra significa aprendizado e força; seu espírito nos traz estabilidade, sabedoria e poder. De seu ventre tiramos o alimento e o remédio para nossos males. A terra é regeneradora e transmutadora. A terra em uma casa oferece estabilidade, segurança e força interior para seus habitantes, que se sentem protegidos e bem direcionados na vida. Vasos de plantas, flores, jardins e todos os tipos de cristais são os melhores representantes desse elemento em sua casa.

Ar: Transformação: essa é a principal característica desse elemento. Sempre estamos em constante comunhão com esse elemento pelo ar que respiramos. Apenas alguns poucos minutos sem ele pode significar a morte, tamanha é sua importância em nossas vidas. Portanto, a melhor forma de entrar em harmonia com o elemento ar é através de respirações profundas e conscientes. O ar traz consigo as energias da mudança e da transformação. De uma brisa suave para uma ventania ou um terrível furacão, o ar transforma tudo por onde passa. Mesmo uma leve brisa é capaz de transportar as sementes e os pólens das flores, fecundando e propiciando a renovação da vida. Representado pela águia, nos remete a liberdade, percepção e comunicação. Abrir a janela e respirar fundo nos momentos de grande tensão nos traz novas perspectivas e ampliação de horizontes. O ar pode ser levado para sua casa com a ajuda dos incensos e das defumações feitas com ervas para diversas finalidades. No Feng Shui, os móbiles, sinos de vento, cata-ventos e todos os objetos que se movem podem também representar esse elemento.

Quatro elementos


Quatro elementos

Os quatro elementos da cultura ocidental são: terra, ar, fogo e água; eles são tidos como essenciais à vida.

O Taoísmo possui cinco elementos e cada um superior ao anterior : madeira, terra, água, fogo e metal. Metal domina a madeira, madeira domina a terra, etc.

Tabela:

elemento

temperamento

caráter místico

Shakespeare

Blake

Yeats

geral

ar

sangue, vermelho

sonhador, amante da liberdade, profundo

pensamento

vergonha ou medo

pensamento lógico

liberdade e movimento

fogo

rancor, amarelo

emotivo, irresistível, mercurial, imprevisível

desejo

cegueira

alma

desejo e amor

águas

água, branco

compassivo, curandeiro, gentil compreensivo

lágrima de amor

dúvida, ciúmes

sangue e sexo, paixão

maciez e tranqüilidade

terra

rancor, preto

ama as crianças, possessivo

substância dual da carne

melancolia

instinto

riquezas

elemento

mito

Hebreu

animal

animal posterior

estação

Rosa dos ventos

forma

\r

gigante

águia, arco-íris

macaco

águia

primavera

sul

ereto, eclípse

fogo

salamandra

homem, anjo, meteoro

leão

salamandra

verão, início de outono

leste

triângulo, pirâmide

água

sereia

peixe, dragão , pérola

ovelha

cisne, golfinho

inverno

Oeste

círculo, esfera

terra

anão, gnomo

touro, leão , rubi

porco

leão, elefante

final de outono

Norte

cubo, quadrado

domingo, 27 de julho de 2008

VITÓRIA RÉGIA, A DEUSA VEGETAL

VITÓRIA RÉGIA, A DEUSA VEGETAL

No mistério das águas profundas dos rios e dos lagos amazônicos há sempre uma estória para contar. Não há quem, tendo visto uma vitória-régia em toda sua plenitude, adornando um lago ou enfeitando um rio, possa esquecer aquele cenário de verdadeiro encantamento. O remanso dos rios ou o lago que é seu viveiro, são os espelhos de Jaci, a Lua, vaidosa e sedutora, reflete-se para chamar a atenção das caboclas que a têm como visão do amor.

No cume das colinas, as cunhãs esperavam o aparecimento de Jaci, acreditando que ela trouxesse o bem do amor, pois seu beijo tornava-as iluminadas, desmaterializando-as e transformando-as em estrelas...

Algumas maravilhosas lendas se teceram em torno desse assunto e, em uma delas, que descrevo logo abaixo, é a Lua, com toda sua magia, que irá criar a vitória-régia, para que tão bela quanto as estrelas do céu, se torne uma "estrela da água", com um perfume inconfundível que jamais foi dado a uma flor...

LENDA DE NAIÁ

Na manhã do mundo, no seio de uma primitiva tribo, contavam os velhos pajés adivinhos, Senhores de todos os segredos da natureza que, quando a Lua ainda era considerada um deus masculino e ainda quando esta se escondia por detrás dos montes da serra, coabitava com as virgens de sua predileção.

O encanto destes encontros era de tal grandeza e beleza, que os velhos sábios não possuíam palavras humanas para descrevê-los, deixando as entrelinhas a cargo de nossa imaginação.

Aconteceu que a jovem guerreira Naiá, filha do venerável chefe, princesa da tribo, de alva pele e cabeleira muito ruiva tal qual uma espiga de milho verde, se impressionara com a sugestiva fantasia daqueles amores lunares. E, por isso, no avançar da noite, quando o sono fechava a vida da taba, e a erótica divindade sedutoramente simulava tocar suas mechas de cabelo, a cunhã galgava as montanhas buscando mergulhar sua alma na insolvência daqueles luminosos afagos, tão exaltados pelos convincentes anciãos.

Afirmavam eles que a deusa hemafrodita, com a irradiosa insuflação dos seus beijos, transmutava em luz o corpo das virgens predestinadas, apagando-lhes completamente a tinta de sangue vermelha, vaporizando-lhes a carne. E fugia em seguida, conduzindo as afortunadas amantes, sugando-lhes a vida, para deixá-las, assim desmaterializadas, nos leitos nupciais das nuvens elevadas.

E, desta forma iam nascendo as estrelas do céu....

Naiá ansiava pela maravilhosa mudança do seu grosseiro e cotidiano viver terreno para aquela divina existência eterizada. Mas a realidade enganava-a constantemente, passava as noites perseguindo o noivo celestial que debruçava-se de colina em colina, cada vez mais fascinante, entretanto, mais fugitivo de sua doentia paixão.

A virgem guerreira, definha suspirosa e sofredora. Não houve poções, feitas pelas mãos miraculosas dos pajés, nem sobrenaturais sortilégios de elevada magia, capazes de curá-la daqueles obsessivos anseios. E assim, vivia essa jovem enferma, a vagar nas noites enluarada, dilacerando-se pelas íngremes escarpas, uma psicose viva, corporificada, entre lágrimas e soluços, cantando os seus delírios.

Certa vez, quando a sombra da insânia mais anuviava o toldo do entendimento, viu no espelho de um lago, feliz e tranqüilo, a imagem do pálido bem amado. Atirou-se em busca do ser iluminado, bracejando agônicos paroxismos.

Semanas inteiras a tribo debateu-se inutilmente em sua busca.

Os deuses selvagens, entretanto, eram bons e agradecidos. A Lua, que gerara as águas, os peixes e as plantas aquáticas, quis recompensar o sacrifício daquela vida virgem. Fê-la então estrela das águas, poema triunfal de cor e perfume, que cantará eternamente em nossa flora.

E, ao nascer do branco corpo da cunhã, a misteriosa flor, desabrochou com intensa candura de espírito na grande flor perfumada, transformando em espinhos toda a mágoa que tiranizava a jovem índia. Depois, dilatou o quanto pode, a palma de suas folhas, para tornar maior o receptáculo dos afagos da sua luz, amorosamente ofertada.

Todas as noites, Naiá desnuda-se, arrumando jeitosamente as esvoaçantes e longas pétalas, para receber, no tálamo das águas mansas, os beijos apaixonados do luar.

UMA LINDA LENDA GUARANI

Dois jovens indígenas se amavam, como sabem amar os que vivem longe dos tentáculos da civilização. Moroti, uma morena linda como Iracema e Pitá, um rapaz forte e o mais bravo dos guerreiros.

Viviam pelas matas correndo e caçando com que organizavam encantadoras grinaldas e pescando, na mansidão das lagoas, os peixes mais saborosos.

Um dia, Moroti quis experimentar até que ponto ia o amor que lhe devotava Pitá e, tirando do braço uma pulseira de contas silvestres, arremessou-a no rio Paraná, ao mesmo tempo que dizia:

-"Querem ver o que este guerreiro é capaz de fazer por mim?"

Estava a margem cheia de índios que ali haviam se reunido para uma pescaria, início de grandes folguedos. E Moroti não quis deixar escapar a oportunidade de mostras às suas amigas, como era amada pelo mais valente varão daquelas terras.

Assim que o bracelete da doce amada feriu a superfície das águas, Pitá, num mergulho nervoso, atirou-se no Paraná, procurando apanhá-lo.

Moroti ficou sorrindo, como só as filhas trigueiras das selvas sabem sorrir. As risadas dos que assitiam à cena, adveio um silêncio constrangedor, pois o índio não voltara à tona. As mulheres choravam, os homens lamuriavam-se, apenas Moroti continuava a sorrir...

Foi chamado às pressas o pajé, para explicar o que tinha acontecido.

A passos apressados veio o feiticeiro da tribo, e, depois de meditar profundamente, com voz compassada, explicou:

-"Pitá a esta hora está num palácio encantado, recebendo os carinhos da fada das água (cunhã payé)".

Moroti deixou de sorrir. E o pajé continuou:

-"Assim que Pitá mergulhou, a loira cunhã das águas levou-o para o seu palácio de diamante e, envolvendo-o nos seus cabelos, cobriu-o loucamente de beijos...É preciso libertar Pitá e somente uma jovem que o ame apaixonadamente poderá fazê-lo".

Moroti não quis escutar mais nada: amarrou pesada pedra aos pés e deixou-se envolver pelas águas numa renúncia adorável.

Durante todo o dia e quase toda a noite ficaram os parentes aguardando a volta do casal amoroso.

Aos primeiros albores do dia seguinte, viram todos emergir das profundezas das águas uma planta desconhecida, era "irupé": a Vitória Régia.

Do seio potâmico surgiu uma flor, um verdadeiro amor: grande, de cores vivíssimas, perfumada...As pétalas do centro eram alvas como o nome da donzela indígena, Moroti, e as da periferia, vermelhas como o do guerreiro Pitá. A flor irrompeu nas águas, esteve um momento acima do nível das mesmas, deixando espalhar seu perfume e rorejar gotículas, como se fosse uma jovem que saísse do banho... De repente, deu um gemido e desapareceu novamente, no seio das águas de onde despontara.

O pajé explicou:

-"Essa flor representa o amor vencedor. Moroti libertou Pitá dos meneios da feiticeira das águas que tantos guerreiros nos tem roubado. Façamos festa, cantemos, pois "cunhã payé" foi vencida pelo amor puro de Moroti."

E na margem do gigantesco rio, foi improvisada uma festança. Uma cantoria enfadonha exprimia o contentamento daquela gente que acreditava no pajé, que para eles era a encarnação da verdade.

A flor da Vitória Régia só abre de dia. Assim que a terra se cobre de luto da noite, a flor fecha-se de todo e submerge. Nesse momento Pitá e Moroti se abraçam e dormem profundamente até o dia seguinte embalados pelo movimento das águas.

Daquele sono amoroso nascem as sementes que perpetuarão a espécie, caindo ali mesmo no lado do fundo, ou levadas para outras plagas nos intestinos dos peixes e das aves, no pelo dos animais, pela torrente que balança os compridos pecíolos cobertos de acúleos, e pela mão do homem que estuda a Natureza e que ama o belo.

A Vitória-Régia ama as enchentes e as inundações. Á medida que as águas vão subindo, com elas vão crescendo os longuíssimos pecíolos, que, às vezes, atingem cinco metros de comprimento. Enquanto pequenos, esses pecíolos trazem nas suas extremidades superiores folhas em formas de setas, as quais se vão tornando cada vez mais oblongas até tomarem a face de uma enorme bandeja, quando as águas estiverem na plenitude da cheia. Algumas folhas chegam a cobrir mais de três metros quadrados de superfície azul ou esverdeada das águas onde vicejam.

Os maguaris, as garças e mil outras aves passeiam sobre as lagoas, em todas suas áreas, pisando nas largas lajes vegetais que coalham sua superfície e respiram a fragrância que se desprende das belíssimas flores que embalsamam e o ambiente com um aroma divinal.

Sua flor, chega a ter, em sua plenitude, até quarenta centímetros de diâmetro, e sua cor varia do branco ao carmim, exalando sempre o mesmo perfume incomparável. A época de floração é em janeiro e em fevereiro.

A raiz da Vitória-Régia é um tubérculo parecido com o do inhame, ao qual os indígenas dão o nome de "forno d'água", em função da sua forma ser semelhante a um tacho de torrar farinha. Esses feculentos tubérculos são grandemente apreciados pelos índios, como pelos habitantes ribeirinhos.

Se o nível das águas permanecer alto, estas belas ninfas aquáticas vivem cerca de dois anos. Se porém, as águas descerem, a Vitória-Régia vai definhando, como se a ela faltasse o alimento principal para viver, para o híbrido elemento é o nosso ar.

Em agosto, já se pode apreciar suas gordas cápsulas repletas de sementes que vão se depositando no lodo do fundo. Enterram-se na lama diluída que se endurece totalmente, assim que recebe diretamente a ação vivificante dos raios solares.

Encontram nas sementes, os homens e as aves, um delicioso alimento, esgravatando a terra onde se encontram sepultadas. Na procura desse extraordinário "irupé", o milho da água dos indígenas, agrupam-se garridos bandos de pássaros, exibindo-nos grandioso espetáculo. Com suas ricas e exóticas roupagens de plumas substituem, naquele cenário encantador, os largos mantos verdes enfeitados de flores das vitórias-régias. Esses pássaros levam consigo as sementes e deixam-nas em algum lugar. As águas arrastam também uma quantidade incontável de grãos. é deste modo que se propaga a existência da Vitória-Régia que é encontrada, desde os mananciais dos afluentes da esquerda do rio Amazonas, até os baixos tributários do Paraná e do Paraguai. Designam os botânicos essa dispersão provocada pelos pássaros de "florula ornitocórea" e de "hidrocórea", a produzida pela torrente.

A "Deusa Vegetal" dos lagos e rios, era conhecida dos guaranis que a chamavam de "irupé", outros indígenas tratavam-na de "iapucacaa". Seu nome, como conhecemos hoje, é devido à um botânico inglês, que maravilhado com e exuberância da planta, deu-lhe o nome da Rainha Vitória do Reino Unido.

A Vitória-Régia é conhecida também como "Estrela da Água", porque sua flor desabrocha completamente por volta da meia-noite, para submergir depois, quando fechada. Na manhã seguinte ela aparece e abrindo lentamente as pétalas, exala o mesmo perfume e irradia a mesma beleza.

Estrela das águas, poema triunfal de cor e perfume,

Que cantará eternamente em nossa flora.

Todas as noites desnuda-se,

Arrumando jeitosamente as esvoaçantes e longas pétalas.

Para receber no tálamo das águas mansas,

Os beijos apaixonados das noites de luar.

A LUA MASCULINA

É fácil aceitar que o Sol é um símbolo masculino e a Lua simboliza o feminino, mas nem sempre foi assim....

Tylor em seu livro "Primitive Culture", relata-nos que os índios brasileiros, quando em estado primitivo, adoravam e respeitavam a Lua e, conta-nos também, que os índios botocudos, davam à Lua a mais alta posição. Um velho relato, acrescenta ainda, que os caraibas consideravam a Lua mais que o Sol.

Na maioria destas consideradas tribos, a Lua era freqüentemente chamada de o "Senhor das Mulheres" e acreditavam que ela era o marido permanente das jovens índias. Os homens acreditavam que sua função era meramente romper o hímen e abrir caminho para o raio lunar entrar, engravidando-as.

A Lua não era, entretanto, tão somente fonte fertilizadora das jovens guerreiras, mas era considerada também como fonte de proteção e guardiã de todas as suas habilidades. Plantar, cultivar e colher era tarefa feminina. Acreditava-se que só as mulheres podiam fazer as plantas germinarem e crescerem, pelo justo motivo, de somente elas estarem sob a proteção direta da Lua.

A mudança do deus da Lua para a deusa da Lua, só se concretizou com o advento da adoração do Sol. Este último, tomou para si todos os atributos fertilizadores, que pertenciam ao deus da Lua, seu antecessor. As religiões posteriores a este acontecimento, encontraram a Lua já tipicamente representada por uma deusa-mãe, um protótipo de mulher, o eterno feminino.

É difícil estabelecer um nexo-causal destas associações na comunidade científica atual. Mas mesmo assim, estas idéias, sobreviveram até nossos dias, muito embora sua significação verdadeira só seja percebida vagamente.

Não existe nada mais lindo e romântico do que uma bela noite enluarada e sabemos que tal vislumbre mexe com nossos hormônios sexuais, mas seus mistérios, permanecem desvendáveis...



UMBÚ, ÁRVORE-SÍMBOLO DA HOSPITALIDADE
"Quem se introduz nos bosques de umbuzeiros, recorda subitamente incidendes de sua infância".


O viajante desprevenido pensará que é cedro, um dos legendários cedros do Líbano, com os quais o rei Salomão construiu o Templo de Jerusalém. Pois deles tem a forma na voluta da fronde e na coluna do tronco vertical.. Possui a impetuosidade e a doçura refletida no arredondado de sua copa submissa e disciplinada, nascida da benção do Criador.




A LENDA (segundo Barbosa Lessa) ...


Na infância dos tempos, as árvores eram todas iguais. Mas, um dia Deus estava muito contente, porque os diabos e os homens maus haviam sido derrotados e resolveu então comemorar, satisfazendo a vontade das árvores.


Perguntou para coronilha como ela gostaria de se tornar e ela respondeu que queria ser tão dura a ponto de resistir à golpes de machado.Perguntou ao molho, ele disse que queria saber assobiar. Perguntou para figueira do campo, ela falou que queria ser muito forte, muito alta, muito bonita.


E assim..Deus ia satisfazendo o pedido de todas as árvores.


Quando chegou a vez do umbú, este disse que queria ter o corpo muito fraco, uma madeira à-toa, mas queria ser grande, para poder fazer sombra e abrigar os homens.


Deus satisfez a vontade dele, mas curioso, perguntou porque desejava se tornar uma madeira tão fraca e mole, enquanto que todas as outras árvores queriam ser fortes e duras. Então o umbú explicou-lhe que não queria que sua madeira pudesse servir, algum dia, para cruz e sacrifício de um santo. E desde daí, o umbú é assim...


Phytolaca dioica é conhecida como umbú (ombú na Argentina) nativa do Rio Grande do Sul e nos pampas da Argentina. Alguns botânicos a classificam como uma erva gigante já que não possui lenha, mas um tronco mole e fibroso, porém resistente. As folhas cozidas, em aplicações externas, servem para combater sarna e feridas que não cicatrizam, no entanto não devem ser ingeridas já que causam diarréias violentas. É uma árvore quase não habitada por pássaros. Durante a noite, de suas folhas se desprendem emabações nocivas à saúde.


"Umbu" é indicado para a realização de metas, propósitos pessoais, que demandam perseverança e trabalho. Esta essência ajuda a proporcionar força e disposição para a realização dos pequenos e necessários passos, visando maiores metas.



ASSOMBREANDO A HISTÓRIA...


Sabe-se que na época do descobrimento os indígenas plantavam, junto ao sepulcro de seus maiores, um umbú. Pode ser por isso que lhe foram atribuídos aspectos tristes como aos ciprestes ou salgueiros.


Era crença india, que uma árvore solitária no caminho, como acontece ordinariamente ao umbú, era habitada por espíritos e para conjurá-los era preciso atar-lhe pedrinhas cobertas com pedaços de roupas.


Há umbús históricos, em cujas sombras já foram discutidas assuntos de relevante importância. À sombra de seus galhos já abrigou indômitos guerreiros. Primeiro os que defendiam a pátria contra os estrangeiros, depois o gaúcho monarquista em defesa de seu Monarca Imperial e por último, os filhos deste na defesa de idéias que lhes conduziram a um destino melhor. Todos foram morrendo, mas o umbú continuou lá. À sua sombra brincamos quando crianças e nos abrigamos do calor do sol na velhice...E ele ainda permanece lá, alegre e forte! Quanto maior a seca, mais verde ele fica. Quanto mais fria a geada, mais ele floresce.


O umbú personifica o vulgo ignaro, que no seu modo de pensar tem muito do homem primitivo, as forças da natureza e todos os objetos que as manifestam.


A esta árvore também foi associada efeitos maléficos e chegou-se a acreditar, certa época, que por influência do umbú acontecia a ruína dos lares e das famílias. Muitos acreditavam que era chegado o momento da ruína da casa quando lhe tocavam as raízes do umbú nos alicerces. Não é tão fácil desrraigar um umbuzeiro. Por mais que arranquem as raízes e restos, não se consegue a sua exterminação e a casa acaba sendo abandonada. Assim, era muito natural que junto de uma tapera se encontrasse um umbuzeiro, o que gerou um velho provérbio: "Casa com umbú, acaba em tapera".


O Umbú é uma árvore típica que enfeita a paisagem sul-riograndense, oferecendo sombra amiga e hospitaleira, nos campos e nas coxilhas, onde o gaúcho dorme a sesta e a gurizada brinca, buliçosa, com os cuscos das fazendas. Junto do umbú encontram guarida o carreteiro, o gaúcho andejo, o tropeiro e os mascates de longas caminhadas. Bálsamo e conforto contra as invernais, refúgio contra o sol causticante dos verões, o umbú é a árvore-símbolo da hospitalidade do povo gaúcho. Seja manchado de verde à luz do dia, seja quando a noite vem chegando sobre o pampa e ele se recorta em silhueta graciosa contra o horizonte, parece nos chamar ao repouso, em um mudo aceno:


"CHEGUE-SE, AMIGO!"